sábado, 28 de agosto de 2010

Paris, dia 2


Começando meu segundo dia em Paris com um café-da-manha "à la française" com litros de café, paint au chocolat e croissants deliciosos. Saindo do hotel fui correndo pro museu do Louvre, onde passei o dia. Novamente munida de um audio guia e todo o tempo do mundo, la fui eu pro museu mais surpreendente do mundo (pelo menos do meu mundo).
No começo eu me perdi um pouco, literalmente. Peguei à esquerda onde deveria ter pego à direita e fiquei uma hora vagando pelos apartamentos dos ex reis da França. Nada mal, na verdade encontrei algumas tapeçarias antigas maravilhosas e é legal se sentir de volta no tempo, interessante. Encontrei o caminho de volta e vi a maravilhosa Vênus de Milo, a estatua da Vitoria da Samotracia e os milhoes de quadros. Caminhei pra caramba, me encantei com os pintores franceses, com a mitologia Grega, com as obras Egipcias e me irritei com a pintura Italiana. Ela é linda, com uma técnica de dar inveja e com uma devoçao religiosa tocante. Mas com muitos anjos, anjinho pra tudo quanto é lado. E no fim eu estava tendo pesadelos com tantas crianças peladas com asas.
Fui para a sala de esculturas francesas, monumentais, lindas. "Perdi" um certo tempo la, admirando e tentando compreender tudo o que eu via. Almocei no proprio museu lendo um livro. Engraçado sentir que eu era uma das poucas pessoas sozinha, nada de grupos com o guia falando num microfone e segurando um guarda-chuva. Nada, so eu. E prefiro assim. As pessoas vao odiar ir à museus comigo, eu paro em todas as obras que me interessam. Leio, analiso, escuto, fico pelo menos uns 10 minutos na frente de cada obra. Um saco me ter como companhia. Mas o que eu posso fazer? Isso que uma pré-estudante de artes faz né?
Saindo do museu passei na livraria e comprei dois livros: um sobre o Louvre em si e outro sobre o movimento Impressionista. Fui para os jardins do museu, puxei uma cadeira e me joguei durante uma hora na minha atividade preferida: ler. Alternando entre André Gide e meu novo "Impressionisme" passei uma hora maravilhosa, curtindo um pôr-do-sol lindo. Fiquei pensando de como eu gosto dessa sensaçao de paz, eu estava nervosa antes, nao ia conseguir visitar tudo que queria, mas lembrei que esse era um final de semana para relaxar. Sem planejamentos nem nada. Se der tempo, otimo. Se nao, eu vou voltar em pouco tempo de qualquer jeito.
Fui pro Boulevard Saint-Michel e jantei Subway (bom lembrar que ainda existe, nao temos aqui em Genebra e faz uma faaaaalta) sentada nas margens do Sena, nada mal. Uma curiosidade, tanto no restaurante como no museu (e em praticamente todos os lugares que eu vou) passei pela mesma experiência: atendentes mau humorados. Eles nos odeiam, qualquer tipo de turista, eles vao te tratar mau! Antes eu achava que era apenas com gente que nao falava francês entao eu estava tranquila, eu falo francês e falo bem! Nada, mesmo assim eles me odiavam. Por eles todos os estrangeiros eram banidos, seria melhor assim- na verdade ia destruir a economia do pais, mas eles estao dispostos ao sacrificio...
Voltei cedo pro hotel, tipo 20h30, mas nao tem problema. Tive um dia maravilhoso e o que eu quero é relaxar e isso que fiz. Paris vai estar sempre la pra mim, com ou sem anjo, com ou sem atendentes mau humorados...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Paris

Eu sempre tenho a intenção de manter um diário das coisas mais importantes que me acontecem, mas isso nunca se concretiza. Nao sei porque, afinal eu amo escrever e acho super importante manter um registro de coisas boas. Esse é o motivo pelo qual tentei ao máximo escrever tudo sobre a minha ultima ida à Paris.
Paris... Linda, esplêndida, elegante Paris. Resolvi sair um pouco de Genebra pra ter tempo e espaço pra ler, escrever e, acima de tudo, ver arte. Desembarquei na Gare de Lyon me sentindo em casa, no caminho pro hotel me perdi um pouco mas foi bom, deu pra rever um pouco a cidade. Check-in feito e a frustração de ter esquecido as pilhas da maquina superada, fui fazer a coisa mais legal do mundo: pegar o metro. Sim, eu adoro o metro.
Do hotel fui direto pro Musée d'Orsay, um dos mais importantes do mundo em matéria de Impressionismo. O mais interessante do museu é que ele esta situado numa antiga estação de trem, entao toda a arquitetura foi conservada, o prédio por si so ja é lindo e prende a atenção de qualquer um. Aluguei um audio guia e passei quatro horas entre Van Gogh, Monnet, Rousseau e outros mestres. As pinturas sao fascinantes, de um estilo que mudou a historia da arte, as esculturas sao de tirar o fôlego e as varias representações da "Divina Comédia" de Dante me deram calafrios. Quando terminei minha visita fui na livraria do museu e comprei um "guia do visitante" com detalhes sobre as obras e o estilo, maravilhoso.
De la caminhei toda a Champs Elysée, do Louvre ao Arco do Triunfo, cheguei à tempo da cerimonia do "soldado desconhecido", sentei nos pés do Arco e fiquei lendo. Nada melhor no mundo. De la meu plano era ir pra Notre Dame, percorrer o Boulevard Saint Michel até o Quartier Latin e dar um volta nos Jardins de Luxembourg. Meu plano, se eu nao tivesse me perdido. Na verdade desci na parada errada do metro e tive que dar uma caminhada gigante. Tanto caminhei que dei de cara com o George Pompidou. Comi um crêpe sentada na entrada e vi que tinha um pessoal entrando no museu, decidi ver os horarios de visita e vi que eu ainda podia ficar uma hora la dentro. OK, por que nao? Eu estava um pouco apreensiva, da ultima vez tinha odiado o centro, nao entendia arte moderna e achava que aquilo era uma desculpa de artista sem alma. Novamente munida de um audio guia entrei no prédio mais diferente de Paris. E qual nao foi minha surpresa quando, ao escutar o chamado de evacuação, me senti muito braba. Comecei a apreciar arte moderna de uma maneira completamente diferente e me senti feliz ao constatar que precisava voltar ao George Pompidou antes da minha volta à Genebra. E voltei, domingo passei a tarde la, e por isso as minhas constatações e sentimentos virão no post sobre meu ultimo dia.
Saindo de la caminhei até a Notre Dame e, novamente, fiquei abalada. Ela é imponente, coloca respeito, é linda, cheia de detalhes e paixão. Fiquei um tempo sentada, admirando os detalhes e a catedral em si, que é linda.
De volta ao hotel fiquei pensando, como eu mudei nos últimos 9 meses. Estou gostando de coisas que antes nao gostava, estou mais madura e calma, legal ver isso. Que evolui bastante. Mas Paris nao, a cidade continua linda e apaixonada, do jeito que eu gosto, viva! Esplendidamente viva.

Vou dividir o post em 3, numero de dias que fiquei la. O próximo vem em alguns dia. Sao muitas percepções e coisas pra expressar que, em um post, ficaria impossível.